sábado, maio 25, 2013

PELO FIM DO SILÊNCIO!!



Olá amigas da Ramep, saúde para todas neste lindo sábado.

Eu gostaria de registrar aqui meu apoio ao movimento conhecido como Marcha das Vadias. Esse evento que acontece todo ano, reúniu cerca de mil pessoas em SP e pediu o 'fim do silêncio'.

Esse movimento defende ainda a autonomia da mulher sobre o próprio corpo e a negação da culpa da vítima em casos de violência doméstica e sexual.

Manifestações ocorreram em todo o País.

O crédito é de Marília Almeida - iG São Paulo.
Vejamos os detalhes.

A 3º Marcha das Vadias, organizada por um coletivo feminista que defende a autonomia da mulher sobre o próprio corpo e a negação da culpa da vítima em casos de violência doméstica e sexual, reuniu cerca de mil pessoas na tarde deste sábado (25), na região da avenida Paulista, em São Paulo, de acordo com estimativa da Polícia Militar. O evento também aconteceu em outras cidades do País.

Entre os participantes, mulheres e homens das mais diversas faixas etárias e orientações sexuais. Eles seguraram cartazes contra a violência à mulher, pintaram o corpo com palavras como 'respeito' e entoaram falas de protesto.

O evento acontece logo após a notícia do estupro de uma psicóloga de 34 anos na Marginal Tietê, na capital, nesta semana. O suspeito confessou o crime . O caso, bem como o suicídio da estagiária de advocacia Viviane Alves, após suposto estupro, ganharam menções na manifestação.

O número de estupros registrados no Estado teve aumento de 20,8% nos primeiros quatro meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a abril, foram 1.113 casos na capital - média de nove por dia.

Mayara Moreira, uma das integrantes do coletivo Marcha das Vadias, acredita que o ambiente de insegurança para a mulher no País é um problema social e cultural. "Para mudá-lo, é necessário dar apoio às vítimas e educar homens e mulheres sobre a igualdade de gênero".

Baseada em dados de que a violência sexual acontece majoritariamente entre familiares, a marcha teve como tema "Quebre o Silêncio" . A organização distribuiu cartões com endereços e telefones de delegacias, núcleos e hospitais que defendem a mulher em casos de violência.

Elisa Gargiulo , membro do coletivo que organiza a marcha e que participa do movimento feminista há dez anos, diz que o primeiro passo para solucionar o problema é apoiar vítimas em eventos como a passeata. "É o início de uma tomada de consciência. Quem sofreu pode falar com outra mulher, que irá entendê-la melhor que ninguém".

Ela aponta que o evento também tem como objetivo acabar com estereótipos relacionados ao tema. "Ao sair na rua, é possível mostrar que as feministas não são todas lésbicas ou mal-amadas. O tema atinge todas as mulheres. Estamos rompendo com isso também".

"O importante é ser feliz"

Marília Almeida

Mirna Taino, de 33 anos, durante o protesto da Marcha das Vadias, em São Paulo

O cartaz com os dizeres "Eu sofri violência doméstica, minhas filhas não", chamava a atenção dentre os muitos cartazes de protestos na Marcha das Vadias. Ele era erguido pela analista de projetos Mirna Taino , 33 anos, mãe de três meninas.

Mirna diz ter sido agredida fisicamente e verbalmente pelo ex-marido cinco vezes, a primeira quando tinha 20 anos e sua primeira filha, três. "Era por coisas banais, como por minha filha ter passado mal, e principalmente ciúmes", conta.

Ela se manteve em silêncio por cinco anos. "Acontecia uma vez, passava um bom tempo, até um ano, e depois voltava a acontecer." Até que decidiu deixar o medo de lado e, com a ajuda do irmão, pedir para que o ex-marido saísse de casa.

"O preconceito era grande. Fui criada com a ideia de que a família era para sempre. Hoje, ensino para minhas filhas que o importante é ser feliz." Ela nunca denunciou o marido. "Achei que ele pudesse reagir de alguma forma. Faltou orientação. Hoje teria uma segurança maior para fazer isso".

Outras participantes da manifestação personalizavam a dor de quem conhecem. Uma delas era a digitadora Giovanna Schiavinato , 15 anos, que segurava cartaz que dizia: "Não perguntaram que roupa meu estuprador usava." Foi uma frase dita por uma amiga, que foi estuprada pelo tio há cerca de um ano e também participava da marcha. Giovanna advertiu que ela não conseguiria falar sobre o assunto.

Marília Neves

Lia Jupiter, 34 anos, circulou pela manifestação com um olho pintado de roxo
"Inicialmente ela não denunciou o parente, mas, depois de um mês, sua mãe percebeu a mudança. Ela se tornou anti-social, não queria ver ninguém. O tio acabou sendo preso, e ela levou praticamente um ano para voltar a sair de casa."

A atriz Lia Jupiter , 34 anos, circulava pela manifestação com um olho pintado de roxo, e um cartaz que dizia que a "Lei Maria da Penha (que penaliza a agressão doméstica) a vingou". Ela protestava por uma parente, que sofreu agressão física e nunca denunciou o agressor, também da família. "É necessário suporte para as vítimas".

Rede de apoio

O coletivo Marcha das Vadias tem como projeto criar uma forma de acolher mulheres vítimas de violência sexual e doméstica, ainda sem expectativa para sair do papel. "Já temos uma psicóloga no grupo, que cresceu e hoje é composto por mais de 20 mulheres. Mas precisamos de mais apoio, principalmente de profissionais da área jurídica e assistentes sociais. Também buscamos parcerias com instituições especializadas".

A marcha saiu da Praça dos Ciclistas, localizada na avenida Paulista, e percorreu a rua Augusta, na Bela Vista; até a Praça Roosevelt, no centro da capital.

É preciso que nós mulheres nunca nos calemos diante da opressão por mais significativa que ela possa parecer.

Um beijão de solidariedade para as companheiras participantes desse movimento no Mundo todo.

Ramep

Por

Iris de Queiroz


Projetos Sociais

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