segunda-feira, janeiro 23, 2012

DIZENDO ADEUS ÀS DÍVIDAS



Olá amigas e seguidoras do Elas São Des Blog, saúde e prosperidade para todas.

Que bom estar com vocês em mais esta segunda feira, a penúltima de janeiro, quando vamos refletir sobre o artigo de Roseli Loturco (redacao.vocesa@abril.com.br - Crédito: Pedro Motta, que nos ensina a dizer adeus às dívidas.

Vejam os detalhes

Os brasileiros têm crédito fácil e já compram mais, mas não conseguem organizar a vida financeira.

Aprenda como fazer

Leandro Freitas Furtado, 27 anos, administrador hoteleiro: sugestão de trocar o carro financiado por um modelo mais barato.

O cenário de crédito fácil e farto, anterior à crise global, deu um sinal de alerta a todos: o brasileiro não tem habilidade para lidar facilmente com suas dívidas. Pior. Se o endividamento aumenta, ele fica nervoso, dorme mal, gasta horas tentando desatar o nó do cheque especial, do cartão de crédito e do financiamento de longo prazo.

Muitas vezes, se vê em uma sinuca de bico e não percebe que a situação afeta diretamente o seu desempenho profissional. Um estudo iniciado no ano passado pelo professor William Eid Junior, da Fundação Getulio Vargas, mostra a importância do equilíbrio financeiro dos funcionários na produtividade da empresa.

A pesquisa, feita com 135 funcionários da própria fundação, mostrou que empregados endividados são os que apresentam maiores índices de faltas e atrasos. Além disso, usam os recursos da empresa para buscar soluções para seus problemas.

O professor William observa que essa é a nova preocupação do mundo corporativo no Brasil. Nos Estados Unidos, a questão já é bem antiga. Pesquisas de universidades americanas indicam que 70% da população do país vive esperando o próximo pagamento e os problemas financeiros são a primeira causa de estresse no trabalho.

Segundo levantamento da agência de notícias Reuters, cada funcionário em situação financeira difícil custa 7 000 dólares por ano às empresas, pois não se dedica o suficiente ao trabalho. No Brasil os números também surpreendem.

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física, criado pela Serasa e que reúne quatro índices — cheques devolvidos, títulos protestados, sistema financeiro e cartões de crédito —, a taxa de maus pagadores cresceu 10,4% de janeiro a junho deste ano. “A forte expansão do crédito elevou o endividamento dos consumidores”, diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian, em São Paulo.

Diante desse cenário, algumas companhias estão criando políticas de gestão financeira para os funcionários. "Dispor de equipes de especialistas para reorganizar a vida financeira de um colaborador e liberá-lo para pensar a favor da própria empresa é uma saída inteligente", diz William Eid.

Desde o final do ano passado, a operadora de telefonia móvel Vivo tem uma equipe de economistas e financistas responsáveis por achar soluções viáveis ao endividamento de seus funcionários. A iniciativa faz parte de um programa maior chamado Vivo Amigo, que dispõe também de advogados, psicólogos e assistentes sociais.

“Foram cerca de 150 atendimentos só na área financeira de novembro para cá. Todos os casos foram encaminhados e resolvidos”, diz Michel Daud, diretor de saúde e qualidade de vida da Vivo e responsável pelo projeto. Veja como se livrar dos problemas mais comuns.

“ESTOU NO VERMELHO. O QUE FAZER?”

O mineiro Leandro Freitas Furtado, de 27 anos, está desempregado há seis meses e tem uma dívida amarga. No ano passado, quando estava empregado como administrador hoteleiro, ele financiou a compra de um carro no valor de 36 000 reais. Deu uma entrada de 12 500 reais e parcelou o restante em 24 prestações de 1 400. Após pagar a sexta parcela ele perdeu o emprego.

“Tenho um saldo devedor de 19 500 reais e uma poupança guardada de 11 500.” Ele ainda vai receber quatro parcelas do seguro-desemprego no valor de 870 reais. “Pensei em pegar o dinheiro e abater as parcelas dos próximos meses e assim ganhar tempo.

Até lá espero estar em condição para terminar de pagar as dívidas”, diz. A analista de investimentos Carla dos Santos, sócia da CDS Brasil Soluções Financeiras, em São Paulo, alerta que não é possível saber quanto tempo Leandro ficará desempregado.

Por isso, ela sugere que ele venda o carro, liquide as dívidas e compre um veículo de menor valor. Com o dinheiro da poupança e do seguro-desemprego, ele pode ficar sem trabalhar por mais um ano, até encontrar outra recolocação profissional.

“COMO ME ORGANIZO AGORA QUE TENHO UM FILHO?”

Outra jovem que está endividada é Melissa Mafra, de 29 anos, assistente de negócios numa seguradora. Ela é casada e tem renda familiar de 3 600 reais, mas viu as despesas duplicarem ao adotar uma criança. “Acabamos parando no cheque especial e ficamos com a fatura do cartão de crédito atrasada”, diz.

Além das despesas como água, luz, alimentação e telefone, ela também paga o financiamento de uma moto, de um carro, um empréstimo em banco e seguro do automóvel. Para ajudá-la nesta situação, o especialista Augusto Sabóia, de São Paulo, recomenda um planejamento financeiro light. Ele sugere a venda do carro ou a troca por outro de menor valor.

Com o que sobrar da venda do automóvel ela deve continuar pagando o financiamento da moto e tentar liquidar as dívidas do cartão e do cheque especial. Sobraria apenas o empréstimo bancário. Depois de organizar as finanças, ela deve guardar pelo menos 20% do que ganha todos os meses.

Esse valor pode ser usado no futuro para pagar a escola do filho ou um aperfeiçoamento profissional do casal. “Vocês devem ter uma reserva de pelo menos 15 000 reais caso percam o emprego”, diz Augusto Sabóia.

“POR QUE NÃO CONSIGO GUARDAR DINHEIRO?”

Já a empresária carioca Rosane Santos, de 50 anos, não consegue organizar a vida pessoal com a mesma facilidade que gerencia a vida profissional. Com uma renda mensal de 10 900 reais, ela não tem dinheiro guardado.

Tudo o que ganha Rosane gasta no cartão de crédito e depois começa a usá-lo de novo. “Por onde começar a me disciplinar se já sei que o que vou ganhar no mês está todo comprometido?” O administrador financeiro Erasmo Vieira, de Belo Horizonte, diz que nunca é tarde para implantar o controle das finanças.

O primeiro passo é fazer um diagnóstico da situação. Colocar em uma planilha seus ganhos e todos os gastos. A partir daí, é possível saber em que economizar. As receitas de Rosane são de 10 900 reais, mas os gastos são de 10 745.

Erasmo aconselha que ela liquide todas as dívidas e passe a fazer compras somente a vista. É importante começar a fazer um plano de previdência e ter uma reserva financeira que garanta sua vida de três a seis meses.

“Mudar a vida financeira depende somente da atitude e do comportamento de Rosane em relação às finanças, para garantir um bom futuro financeiro”, diz Erasmo Vieira.

Taí a dica de quem sabe o que está dizendo; vamos aproveitar.

Elas São Des

Por

Iris de Queiroz

Projetos Sociais

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