Olá amigas da Ramep, saúde
para todas neste lindo sábado.
Eu gostaria de registrar
aqui meu apoio ao movimento conhecido como Marcha das Vadias. Esse evento que
acontece todo ano, reúniu cerca de mil pessoas em SP e pediu o 'fim do
silêncio'.
Esse movimento defende ainda a
autonomia da mulher sobre o próprio corpo e a negação da culpa da vítima em
casos de violência doméstica e sexual.
Manifestações ocorreram em todo o País.
O crédito é de Marília
Almeida - iG São Paulo.
Vejamos os detalhes.
A 3º Marcha das Vadias,
organizada por um coletivo feminista que defende a autonomia da mulher sobre o
próprio corpo e a negação da culpa da vítima em casos de violência doméstica e
sexual, reuniu cerca de mil pessoas na tarde deste sábado (25), na região da
avenida Paulista, em São Paulo, de acordo com estimativa da Polícia Militar. O
evento também aconteceu em outras cidades do País.
Entre os participantes,
mulheres e homens das mais diversas faixas etárias e orientações sexuais. Eles
seguraram cartazes contra a violência à mulher, pintaram o corpo com palavras
como 'respeito' e entoaram falas de protesto.
O evento acontece logo
após a notícia do estupro de uma psicóloga de 34 anos na Marginal Tietê, na
capital, nesta semana. O suspeito confessou o crime . O caso, bem como o
suicídio da estagiária de advocacia Viviane Alves, após suposto estupro,
ganharam menções na manifestação.
O número de estupros
registrados no Estado teve aumento de 20,8% nos primeiros quatro meses deste
ano em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a abril, foram
1.113 casos na capital - média de nove por dia.
Mayara Moreira, uma das
integrantes do coletivo Marcha das Vadias, acredita que o ambiente de
insegurança para a mulher no País é um problema social e cultural. "Para
mudá-lo, é necessário dar apoio às vítimas e educar homens e mulheres sobre a
igualdade de gênero".
Baseada em dados de que a
violência sexual acontece majoritariamente entre familiares, a marcha teve como
tema "Quebre o Silêncio" . A organização distribuiu cartões com
endereços e telefones de delegacias, núcleos e hospitais que defendem a mulher
em casos de violência.
Elisa Gargiulo , membro do
coletivo que organiza a marcha e que participa do movimento feminista há dez
anos, diz que o primeiro passo para solucionar o problema é apoiar vítimas em
eventos como a passeata. "É o início de uma tomada de consciência. Quem
sofreu pode falar com outra mulher, que irá entendê-la melhor que
ninguém".
Ela aponta que o evento
também tem como objetivo acabar com estereótipos relacionados ao tema. "Ao
sair na rua, é possível mostrar que as feministas não são todas lésbicas ou
mal-amadas. O tema atinge todas as mulheres. Estamos rompendo com isso
também".
"O importante é ser
feliz"
Marília Almeida
Mirna Taino, de 33 anos,
durante o protesto da Marcha das Vadias, em São Paulo
O cartaz com os dizeres
"Eu sofri violência doméstica, minhas filhas não", chamava a atenção
dentre os muitos cartazes de protestos na Marcha das Vadias. Ele era erguido
pela analista de projetos Mirna Taino , 33 anos, mãe de três meninas.
Mirna diz ter sido
agredida fisicamente e verbalmente pelo ex-marido cinco vezes, a primeira
quando tinha 20 anos e sua primeira filha, três. "Era por coisas banais,
como por minha filha ter passado mal, e principalmente ciúmes", conta.
Ela se manteve em silêncio
por cinco anos. "Acontecia uma vez, passava um bom tempo, até um ano, e
depois voltava a acontecer." Até que decidiu deixar o medo de lado e, com
a ajuda do irmão, pedir para que o ex-marido saísse de casa.
"O preconceito era
grande. Fui criada com a ideia de que a família era para sempre. Hoje, ensino
para minhas filhas que o importante é ser feliz." Ela nunca denunciou o
marido. "Achei que ele pudesse reagir de alguma forma. Faltou orientação.
Hoje teria uma segurança maior para fazer isso".
Outras participantes da
manifestação personalizavam a dor de quem conhecem. Uma delas era a digitadora
Giovanna Schiavinato , 15 anos, que segurava cartaz que dizia: "Não
perguntaram que roupa meu estuprador usava." Foi uma frase dita por uma
amiga, que foi estuprada pelo tio há cerca de um ano e também participava da
marcha. Giovanna advertiu que ela não conseguiria falar sobre o assunto.
Marília Neves
Lia Jupiter, 34 anos,
circulou pela manifestação com um olho pintado de roxo
"Inicialmente ela não
denunciou o parente, mas, depois de um mês, sua mãe percebeu a mudança. Ela se
tornou anti-social, não queria ver ninguém. O tio acabou sendo preso, e ela
levou praticamente um ano para voltar a sair de casa."
A atriz Lia Jupiter , 34
anos, circulava pela manifestação com um olho pintado de roxo, e um cartaz que
dizia que a "Lei Maria da Penha (que penaliza a agressão doméstica) a
vingou". Ela protestava por uma parente, que sofreu agressão física e
nunca denunciou o agressor, também da família. "É necessário suporte para
as vítimas".
Rede de apoio
O coletivo Marcha das
Vadias tem como projeto criar uma forma de acolher mulheres vítimas de
violência sexual e doméstica, ainda sem expectativa para sair do papel.
"Já temos uma psicóloga no grupo, que cresceu e hoje é composto por mais
de 20 mulheres. Mas precisamos de mais apoio, principalmente de profissionais
da área jurídica e assistentes sociais. Também buscamos parcerias com
instituições especializadas".
A marcha saiu da Praça dos
Ciclistas, localizada na avenida Paulista, e percorreu a rua Augusta, na Bela
Vista; até a Praça Roosevelt, no centro da capital.
É preciso que nós mulheres
nunca nos calemos diante da opressão por mais significativa que ela possa
parecer.
Um beijão de solidariedade
para as companheiras participantes desse movimento no Mundo todo.
Ramep
Por
Iris de Queiroz
Projetos Sociais
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