Olá amigas e seguidoras do
Elas São Des Blog, feliz quinta feira para vocês.
Hoje nosso assunto é sobre
Mentir no currículo.
O crédito é do site Delas
por Perla Rosseti especial para o iG São Paulo.
A autora afirma que enfeitar
as competências e inventar experiências compromete a reputação do profissional.
Vejamos os detalhes.
O desejo de conseguir o
novo emprego, na empresa dos sonhos, foi tanto que o candidato aumentou suas
competências e projetou a imagem perfeita para o cargo de liderança no
currículo. “Durante a entrevista, no entanto, ele se desviava das questões
sobre sua atitude com funcionários. Checamos sua experiência nas empresas
anteriores. Constatamos que ele não havia ocupado nenhum cargo de chefia. Foi
banido do processo seletivo”, conta a gerente de RH da Ação Informática,
empresa com 25 anos e 190 funcionários, Georgina Cássia.
Aumentar as habilidades
pessoais, a escolaridade ou informar proficiência no inglês estão entre as
mentiras mais comuns. Mônica Paiva, diretora de RH da Radix, direcionada para
engenharia e TI e que tem 8 mil currículos na base de dados e 200 funcionários,
afirma que a maioria das pessoas mente sobre o grau de conhecimento. “Dizem ter
inglês intermediário quando, na verdade, é básico.
Em nível de gerência e na
área técnica isso ocorre, principalmente, entre profissionais acima de 40 anos,
porque há cerca de uma década a globalização fez do inglês um dado essencial da
cultura corporativa”. E pessoas mais velhas nem sempre estão com seus conhecimentos
de língua tão afinados.
Em média, a cada 10
currículos, 4 possuem informações supervalorizadas e 2 apresentam dados falsos.
De acordo com a consultora e especialista em RH pela Fundação Getúlio Vargas,
Cintia Bortotto, as distorções dividem-se em dois tipos: “São objetivas quando
tratam da escolaridade e subjetivas quando abordam competências técnicas”.
Conseguir o cargo motiva a
maioria das mentiras. Mas algumas pessoas acreditam nas próprias 'invenções'.
A maioria das mentiras é
motivada pelo desejo de conseguir o cargo. Em alguns casos, no entanto, mentir
não nasce de um desvio de caráter, a pessoa acredita que realmente possui as
competências solicitadas. E isso é mais comum do que parece. “O candidato chega
ao ponto de exacerbar suas supostas competências até mesmo na entrevista. Em
geral, é possível perceber se os dados estão sendo falseados através de
técnicas e testes específicos. Em entrevistas para cargos de liderança, por
exemplo, pede-se que o candidato narre um desafio importante da sua trajetória
profissional e os resultados que obteve utilizando técnicas específicas de
gestão. Se ele enrola ou não lembra, é um forte indício de que não tem a
competência desenvolvida ou estava exagerando”.
Na maioria dos casos, é
possível identificar as mentiras durante a entrevista, mas sempre existe a
possibilidade dos profissionais de RH recorrerem a seus networkings para
descobrir a reputação do candidato no mercado.
Desconfiança demais também
atrapalha
Por outro lado, é preciso
ter cuidado para não exagerar na desconfiança. O profissional que informa
graduação em MBA ou especialização e não se sai bem na hora de demonstrar
conhecimento específico da entrevista nem sempre está mentindo. “Algumas
pessoas são tímidas ou têm dificuldades de expressão. Outras podem até tirar as
notas necessárias no curso, mas não se sentem confortáveis com os conceitos. Na
área de TI, por exemplo, o executivo pode até ir bem na linguagem técnica, mas
se atrapalha na utilização de conceitos relacionados à linguagem corporativa”,
pondera Cintia Bortotto.
Os limites na hora de
enfeitar o currículo
Usar uma linguagem
sofisticada é uma forma de valorizar o currículo sem mentir. “Você pode estimar
seus resultados no último emprego dizendo, por exemplo, ‘creio que era da ordem
de...”, afirma a consultora Cintia.
Detalhar atuações em
momentos que você julga importantes como o envolvimento em uma campanha de
redução de custos ou a participação em projetos essenciais não só é válido,
como é importante, de acordo com o consultor de Negócios da Corrhect – Gestão
em Recursos Humanos, Paulo Henrique Rocha.
Por outro lado, “mentir
sobre o curso de idiomas é muito arriscado porque já na seleção você terá de
comprovar a proficiência”, alerta Paulo Rocha.
Para Cintia, mentiras que
tenham impacto no exercício profissional e colocam a empresa em risco são as
mais graves e inaceitáveis: “por exemplo, imagina você contratar um engenheiro
químico e na checagem descobrir que ele não concluiu a graduação?”.
Se o profissional atuou
durante certo tempo como autônomo ou sócio-proprietário de uma empresa, deve
informar no currículo, inclusive citando o capital da organização, mesmo que
pequeno, sugere a consultora. “Também é essencial descrever suas atribuições e
colaborações tanto com outras companhias-clientes quanto com fornecedores. Esse
tipo de experiência em geral conta muito, a não ser em grandes empresas, nas
quais a composição de cargos segue regras muito rígidas e formais”.
Jovens mentem mais no
currículo
Para o consultor de
Negócios da Corrhect Gestão em Recursos Humanos, Paulo Henrique Rocha há
mentiras em todos os níveis hierárquicos e faixas etárias, mas a tendência dos
jovens para mentir ou exagerar no currículo, “por ingenuidade, desconhecimento
das leis ou inexperiência” é maior, comenta.
Dois de seus clientes, uma
companhia de grande porte no ramo siderúrgico e outra do ramo imobiliário já
enfrentaram o problema. No primeiro caso, o profissional era finalista no
processo seletivo para uma posição gerencial. “Na entrevista, o diretor da
área, que casualmente também era professor da instituição e do curso que
candidato informou que havia frequentado, não o reconheceu como seu aluno. Na
checagem, constatou-se a mentira e ele foi eliminado da seleção”.
Na segunda situação, o
objetivo do processo era contratar um auxiliar interno e um dos finalistas
omitiu a idade, adiantando-se meses à data de aniversário. “Disse ter 17 anos e
tinha de fato 16. O motivo da mentira: com essa idade, pela legislação de trabalho,
ele só poderia ser integrado pela Lei do Menor Aprendiz, e não como funcionário
normal”.
A mentira foi
identificada, mas a empresa optou por mantê-lo. “Nem todo mundo adota essa
posição mais liberal. No entanto, ele foi bem alertado sobre os riscos da
conduta e avisado de que seria observado”.
Empresário abre companhia
para checar a veracidade do currículo
A necessidade de validar
currículos levou o empresário e especialista em RH pela FGV-SP, Leonardo
Rebitte, e o sócio, Victor Fernandes, a criarem a Currículo Autêntico, a
primeira certificadora do tipo no Brasil. Lançada recentemente, a empresa
propõe economia de horas-trabalho na checagem dos dados, diminuindo os riscos e
os custos envolvidos no processo de recrutamento e seleção. “O candidato com
nosso selo está um passo à frente dos concorrentes no processo seletivo da
empresa”, salienta Rebitte.
A auditoria não faz testes
psicológicos, mas entra em contato com todas as referências citadas pelo
candidato, universidades e escolas, além de empregos anteriores para confirmar
as informações. As ligações são gravadas e anexadas à documentação comprovando
os títulos do candidato que paga R$ 99 pelo serviço. Em breve, a Currículo
Autêntico vai oferecer seus serviços às empresas, mas o pré-cadastro já recebe
de 15 a 20 inscrições por dia.
A verificação é
importante. Mentir no currículo pode ter consequências muito graves após a
contratação. O caso mais recente e espetacular é o de Scott Thompson,
presidente de uma grande companhia de Internet, que informou no currículo uma
graduação em Ciências Contábeis que, de fato, não tinha. O assunto desagradou a
tal ponto os acionistas que ele desligou-se da empresa, no último mês de maio.
O assunto é novo e
espinhoso e anda provocando discussões no Brasil. Quem mentir no currículo pode
ser punido com detenção de dois meses a dois anos caso o projeto de Lei Nº
6561/09 seja aprovado. Em análise na Câmara, na Comissão de Constituição
Justiça e Cidadania, em Brasília, a proposta do deputado Carlos Bezerra defende
que seja declarada a Falsidade Criminosa de Currículo quando a pessoa informa
dados irreais para satisfazer seus interesses e provoca potenciais danos para
conseguir um emprego.
Então meninas falemos a
verdade e nos qualifiquemos, pois a verdade com qualidade abre um milhão de
portas boas.
Beijão para todas e até
amanhã.
Elas São Des
Por
Iris de Queiroz
Projetos Sociais
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