Olá meninas lindas da
Ramep, saúde e paz para vocês neste lindo sábado de páscoa.
Falaremos hoje sobre a Sensualidade,
sexualidade e vulgaridade.
O crédito é do site M. de
Mulher por Eugenio Mussak, que nos faz
refletir sobre a era da sensualidade valorizada.
O autor diz que nós vivemos
uma era em que a sensualidade é muito valorizada. E isso não significa sexualidade
nem tampouco vulgaridade
Vamos ver os detalhes?
Uma experiência sensual
Saí da Universidade
Federal Fluminense (RJ), após uma palestra, com um objetivo: visitar o Museu de
Arte Contemporânea de Niterói. "Nada mais fácil", disse meu gentil
anfitrião.
E lá fomos nós em direção
ao Mirante da Boa Viagem, aproveitando a maravilhosa visão que se tem da orla
que hoje é chamada de Caminho Niemeyer. Estamos na boca da baía da Guanabara,
uma posição privilegiada voltada para a cidade do Rio de Janeiro, que se exibe
faceira com seu relevo fantástico, em que o Pão de Açúcar é a peça de
resistência. Aviões mergulham em direção ao mar encontrando o aeroporto Santos
Dumont.
E eis que de repente surge
à nossa frente aquela obra futurista, um imprevisível disco de concreto que
parece flutuar sobre o promontório como se estivesse se preparando para decolar
em direção a seu planeta de origem: o incrível cérebro criativo de Oscar
Niemeyer. Seu acervo é formado por arte do século 20, e o prédio é, sem dúvida,
sua obra mais vistosa. Consta que o arquiteto percebeu que aquela paisagem
pedia um prédio assim, e ele o viu imediatamente. Bastou acrescentar uma rampa
e o projeto estava pronto.
Se pudéssemos definir o
MAC Nit, como é carinhosamente chamado, poderíamos utilizar vários adjetivos,
como futurista, surpreendente, arrojado e, sem dúvida, poderíamos conceder a
ele a qualidade de ser sensual, uma marca persistente na obra do arquiteto
centenário que o projetou. Sobre seu estilo, disse Niemeyer: "Não é o ângulo reto que me atrai, nem a
linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre
e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito
todo o universo, o universo curvo de Einstein".
Quando o arquiteto define
sua obra como sensual, ele quer dizer que deseja que ela agrade aos sentidos,
que a beleza das curvas é, naturalmente, mais confortável à observação humana,
que o belo atrai, conforta e enleva a alma. A sensualidade da forma é
necessária. A obra que parece ter saído de um sonho nos ajuda a viver, pois
precisamos do sonho para enfrentar a realidade.
Sexo e sensualidade
Não devemos, então,
classificar de sensual algo que não tem uma conotação sexual? O concreto curvo
de Niemeyer nos inspira a pensar e a ousar. A sensualidade que ele denota é o
que buscamos para completar nossa capacidade de criar e de crescer.
Sensualidade é vida, mas não necessariamente sexo.
Entretanto, quando ouvimos
falar em sensualidade, a maioria de nós pensa em sexo, acreditando um ser
sinônimo do outro. Não é correto, ainda que haja alguma verdade nesse
pensamento, pois a sensualidade certamente pode ser considerada como um
ingrediente essencial para uma experiência sexual mais rica. No entanto,
enquanto sensualidade parece ser parte essencial do sexo bom, a sexualidade não
representa a única esfera da expressão sensual. Sensualidade é muito mais
abrangente. Ela começa com a consciência e abarca todos os nossos sentidos.
Ter um approach mais
sensual nos leva a ter uma vida mais satisfatória e plena. Se você conseguir
canalizar adequadamente seu estado mental, você poderá tornar qualquer
experiência em uma experiência sensual. Comer um chocolate, apreciar uma
refeição, meditar ou observar sua própria respiração ou a de alguém. Dançar,
sentir o cheiro de flores, olhar para o rosto da pessoa amada. Qualquer coisa!
A sensualidade envolve uso
dos sentidos, mas vai além, pois, quando você traz a experiência para o nível
da consciência e da intuição, aquele momento transcende a sensação.
Sensualidade é uma forma de permitir que a paixão e a reverência entrem em sua
vida - uma vida que passa a ser mais gratificante e apreciada, até mesmo nos
momentos mais difíceis.
O escritor americano James
A. Baldwin disse que "ser sensual é respeitar e exultar a força da vida,
da vida por si só, e estar presente em tudo o que se faz, desde o esforço do
amor até a feitura do pão". E ele tinha razão, a sensualidade representa e
enaltece a força da vida e todas suas dimensões. Há poemas sensuais, músicas,
sorrisos, flores, animais sensuais.
Sedução
Enquanto sensualidade é a
qualidade de agradar aos sentidos, sedução poderia ser definida como a
capacidade de atrair, encantar, fascinar o outro com o intuito de alcançar
determinados objetivos. Visto dessa forma, a sedução faz parte das relações de
todos os tipos. Não é só o garoto que deseja seduzir a menina por quem ele está
encantado. As pessoas em geral, todos nós, sem exceção, buscamos seduzir nossos
interlocutores para que haja melhoria na convivência e na qualidade de vida.
Da mesma forma, quando
produzimos algo, buscamos seduzir. A propaganda utiliza-se da sedução para
induzir ao consumo. Os poetas e escritores querem seduzir seus leitores para
que estes não queiram largar seus livros. Os arquitetos, como o "rei das
curvas" Niemeyer, buscam projetar prédios que tragam específicas sensações
e transformem-se em objetos de desejo.
Nas ciências sociais,
sedução é o processo de incitar deliberadamente uma pessoa para atraí-la. A
palavra sedução vem do latim e literalmente significa "afastar alguém dos
seus votos, da sua lealdade". Assim, concluímos que o termo possui uma
conotação positiva, mas pode ter outra, negativa.
Quando vista pelo aspecto
negativo, a sedução envolve tentação, normalmente de natureza sexual, para desviar
alguém a uma escolha de comportamento que ela não teria não fosse tal estado de
evocação sexual. Já vista pelo lado positivo, a sedução é sinônimo para o ato
de encantar alguém através do apelo aos sentidos, com o objetivo de reduzir
medos infundados.
A moralidade da sedução
depende dos impactos que a mesma apresenta sobre os indivíduos envolvidos em
longo prazo, e não no ato por si só. A sedução é algo recorrente na história e
na ficção, como alerta para as consequências sociais que o comportamento de
seduzir e ser seduzido apresenta, pois se trata de uma poderosa habilidade.
Na Bíblia, Eva seduziu
Adão oferecendo-lhe o fruto proibido. Eva, por sua vez, fora seduzida
verbalmente pela serpente, reconhecida pela cristandade como o demônio. As
sereias, na mitologia grega, encantavam os marinheiros e os levavam para a
morte. Cleópatra cativou Júlio César e Marco Antônio. A rainha persa
Scheherazade se livrou da morte ao contar histórias sensuais.
Sim, a sedução é uma
alavanca poderosa que usa a sensualidade como seu forte ponto de apoio. Não é
boa nem má. Depende apenas de que objeto está sendo deslocado por ela.
Mas cuidado com a linha
que separa o sensual do vulgar. Essa linha existe, e é tênue. Com frequência é
ultrapassada e, quando acontece, a mistura desanda totalmente. A vulgaridade é
a tentativa de transformar a sensualidade no sujeito e não no predicativo.
Com frequência associada à
imagem feminina, a sensualidade passou a ser explorada como um objeto que pode
ter valor comercial. Não creio, sinceramente, que haja muitas distorções de
valor maiores do que essa. O vulgar ofende, agride, enfeia. O vulgar não é
belo, é desprovido de sensualidade.
A mulher moderna é
sensual. Tem sido vista como aquela que conduz sua vida dentro dos parâmetros
da estética maior, que tem a sensualidade como uma aliada. A sensual não se
expõe, não se oferece, apenas é. A mulher moderna não está esperando ser salva
por um príncipe encantado; dispensa, com certo desprezo, o complexo de
Cinderela.
A sensualidade da mulher
moderna está em sua postura, não nos pedaços expostos de seu corpo; está na
convicção sobre seu direito à integridade, ao respeito, à oportunidade. Há
sensualidade na firmeza de uma mulher, porque ela é suave, não ofende.
Há o sensual, o sexual e o
vulgar. Podem habitar o mesmo continente, mas são separados por barreiras
geográficas bem demarcadas. A vulgaridade é burra, a sexualidade é necessária,
a sensualidade é divina. Não confundir esses territórios faz com que nossos
caminhos pela sejam trilhados com mais segurança e com muito mais alegria.
Sensualidade é saúde,
movimento suave, olhar plácido, sorriso sincero, palavra bem colocada. É o
senso de beleza precisa, sem artifício, sem exagero, com cuidado, atenção. A
sensualidade é a matéria-prima do poeta, e há quem o seja sem nunca ter escrito
um verso. Sim, pois ser poeta na vida é ter apreciado a beleza do amor, é ter
cantado o canto da paixão, é ter explorado o caminho sensual de uma relação
sobre a qual se pode dizer que foi inteira.
Valeu pessoal, beijão no
coração de todo mundo com votos de um dia maravilhoso.
Ramep
Por
Iris de Queiroz
Projetos Sociais
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