Olá garotas do Elas São
Des Blog, segunda feira excelente para vocês é o que eu desejo de todo coração.
Hoje eu trouxe um artigo
do site Delas, texto de Aline Viana - especial para o iG São Paulo, ensinando
como pedir aumento de salário. A autora diz que no mercado brasileiro, quem não
pede não ganha. Mas técnicas como propor uma promoção e negociar prazos ajudam
a ser bem-sucedida.
Vamos ver os detalhes.
Segundo uma pesquisa
realizada pela empresa de recrutamento especializado Robert Half e divulgada no
final do mês passado, 45,6% dos brasileiros jamais bateram à porta do chefe
para falar sobre um aumento. Mas a grande maioria dos que tiveram coragem de
abordar o assunto foi bem-sucedida: 70% dos pedidos foram atendidos.
Se você está entre os 40%
que pretendem pedir um aumento ainda este ano, comece respondendo: você chegou
a esta conclusão porque… a) o salário acaba antes do fim do mês; b) você está
há mais de um ano nessa função sem ter recebido um centavo a mais; ou c) você
conquistou novas funções e o contracheque não registrou variação?
Daniela do Lago,
especialista em comportamento no trabalho, observa que no Brasil não cabe a
máxima "quem pede o aumento não o merece", defendida por alguns gurus
estrangeiros da administração. “Aqui a meritocracia não é tão clara. Nem sempre
que você atinge uma meta, tem uma recompensa”, explica.
Mesmo assim, não dá para
chegar à sala da chefia sem um argumento relacionado a produtividade. “Quem
quer um aumento tem que entregar mais do que vinha fazendo. Quem faz a mesma
coisa só vai levar o mesmo. Se você entregou mais, vá lá e peça”. Portanto,
quem recebeu vários feedbacks positivos dos superiores pode considerá-los como
indícios positivos para conversar sobre o assunto.
Gustavo Oliveira, docente
e coordenador do Programa de MBA em Coaching do grupo IPEC – FAPPES, destaca
que esse autodiagnóstico é essencial para ter a segurança necessária na hora de
propor o aumento ao chefe. “Não se busca o aumento sem que ele seja de fato
viável. A pessoa tem que ter espírito de crescimento, porque sem isso não vai
conseguir avançar. A chefia quer avaliar que tipo de entrega, de
comprometimento, a pessoa vai oferecer como contrapartida”.
Também é preciso fazer uma
análise de contexto. Se a empresa vem registrando uma trajetória ascendente,
fechando novos contratos e batendo metas, a ocasião é ideal. Por outro lado, se
estão sendo discutidos cortes, adie a proposta. “Se não há um ritmo de
crescimento, o pedido de aumento pode ser malvisto e o emprego da pessoa pode
até ser colocado em risco”, alerta Oliveira.
A hora da conversa
Pedir o aumento por e-mail
ou telefone só vale quando a chefia fica sediada em outro estado ou país. Mas é
possível introduzir o assunto por e-mail. Segundo Oliveira, isso ajuda a
reduzir a resistência e alguns medos que as pessoas têm ao abordar esse assunto.
Ele sugere um texto do tipo "da próxima vez que estivermos reunidos
presencialmente, gostaria de abordar alguns aspectos importantes sobre o
desenvolvimento de minha carreira na empresa, oportunidades, desafios e
recompensas".
A conversa pode acontecer
em uma reunião ou, se a cultura da empresa permitir, até em um almoço ou café.
Evite happy hours e ocasiões informais, quando seu chefe pode ser sentir
desprevenido. Outra coisa a ser evitada é comparar-se com os colegas – a rigor,
você não tem como avaliar o desempenho e as responsabilidades dos outros.
Para Cíntia Bortotto,
sócia-diretora da Consultoria em RH, o “olho no olho” tem a vantagem de permitir
que o funcionário faça uma leitura completa do que o chefe achou. “Ele tanto
pode ficar espantado, como pode ser compreensivo e te ajudar”, observa.
A abordagem deve ser breve
e objetiva porque o seu tempo é curto e, para o seu chefe, precioso. Em todo
caso, há espaço para um pouco de sutileza. “É mais elegante pedir 'mais
trabalho' do que 'mais dinheiro'. Dizer que se sente preparado para assumir uma
função com maior escopo, com mais desafios. Pedir um aumento porque está
precisando de mais dinheiro, ou porque tem dívidas, é um discurso que não
cola”, avalia Cíntia.
Para além da retórica,
esse discurso traz uma vantagem econômica ao funcionário. Aumentos por mérito
tendem a girar em torno de 5% do valor do salário, enquanto os por promoção
alcançam até 25%. “O aumento por mérito é logo absorvido pelo funcionário. A
promoção oferece também a chance de crescimento profissional”, analisa a coach.
Elabore e leve uma lista
dos seus argumentos para não esquecer nada importante devido ao nervosismo.
Ensaiar em frente ao espelho também é válido. Pela técnica do “role play” a
pessoa pode encenar a conversa. Daniela sugere tentar com um amigo: “A pessoa
vai fazer o papel do seu chefe. Para isso, você passa algumas características
dele. Primeiro ela faz o chefe bonzinho e depois vai dificultando para você
treinar os argumentos”. Também é possível praticar mentalmente. “Imagine um
fluxograma: se eu disser isso, ele pode dizer aquilo; se ele fizer isso, posso
responder assim; se não, faço aquilo”, recomenda Cíntia.
Não veio o tão aguardado
“sim”? Não é hora de desistir. Negocie. “Você deve perguntar o que mais tem que
ser feito para ganhar esse aumento e em quanto tempo. Cumpra a meta e, se o
aumento não vier, volte a conversar com o chefe novamente. Se mesmo assim não
vier, é hora de procurar outra empresa”, avaliou Daniela.
Se a resposta for um “não
temos como dar um aumento, nem posso lhe oferecer uma perspectiva de quando”,
Daniela recomenda agradecer a sinceridade do seu superior e preparar-se para
buscar novas propostas no mercado.
Ela fez a lição de casa
A publicitária e escritora
Luciana Iser Setúbal pediu aumento várias vezes antes de conseguir. Na
primeira, ainda no antigo emprego, voltou das férias decidida a negociar um
aumento. Contratada há quase dois anos, ela e outras 30 pessoas foram demitidas
porque a “agência ficou mal das pernas”.
Na nova agência, Luciana
pediu o aumento porque aceitou atender mais um cliente. “Estávamos em agosto e
o feedback do meu chefe é que no final do ano o aumento seria concedido”,
contou. Dezembro chegou e ela cobrou uma posição da chefia. “Ele disse que não
teria condições de repassar o ajuste porque o cliente que eu atendia sairia da
agência e um outro também”, conta.
Fevereiro deste ano foi o
novo prazo combinado. Na data, o chefe argumentou que houve mudança da
coordenação e pediu a Luciana para aguardar outros três meses. Na conversa
definitiva, Luciana repassou a questão ao novo coordenador, explicando todo o
histórico do caso. “Posso dizer que para conseguir um aumento é indispensável ter
cara de pau, não desistir, mas também entender o ‘momento’ da empresa”, diz.
Uma boa segunda feira para todas e até amanhã.
Elas São Des
Por
Iris de Queiroz
Projetos Sociais
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